quinta-feira, 11 de março de 2010

RUPTURA NA TRADIÇÃO

RUPTURA DA TRADIÇÃO

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O mundo ainda estava estupefato com Albert Einstein, Freud, Stravinsky, James Joyce, Picasso, Kandinsky e muitos outros precursores.
O mundo não teve tempo de assimilar de imediato a Revolução Industrial e Cultural do Sec. XIX, e já era abalado pelas duas Grandes Guerras Mundiais que terminaram praticamente em 1945. Eu tinha, portanto, 5 anos de idade, se bem que, ironicamente em épocas de guerra se verificava evolução de diversos ramos de atividade. Evolução tecnológica em máquinas, equipamentos, aviação, armas, medicamentos, alimentos concentrados, etc. segundo dizem, o motor Volkswagen foi inventado pela necessidade de um motor refrigerado a ar para os tanques de batalha no deserto.
Foram tantas as invenções e descobertas, abolindo sistemas arcaicos vigentes, surgindo o que passou a ser chamado de “Ruptura na Tradição”.
Romperam-se todos os procedimentos de hábitos, costumes, religião, valores éticos,m morais alterou-se todo “modus vivendi” para se assumir uma nova postura diante de uma nova era. Quem iria acender uma lamparina a óleo ou a gás se tinham inventado a luz elétrica? Quem iria andar a cavalo, charrete, diligência (tração animal) se já estavam fabricando automóveis (tração mecânica)? Quem iria acender o fogo a lenha com todos os seus inconvenientes se já havia o fogão a gás? Etc., etc., etc. E assim a tradição foi se rompendo, dando lugar para a evolução. Todos os conceitos tradicionais em todos os ramos de atividade do mundo formam abandonados por novos conceitos arrojados, dinâmicos e práticos. Quem iria continuar a considerar a alma segundo os cânones da Igreja depois que Freud publicou o “Livro dos sonhos”? Todo conceito de literatura foi abalado com a publicação de “Ulisses” de James Joyce. Alguns enunciados de Newton foram reformulados, depois que Albert Einstein mostrou a Teoria da Relatividade. A partir daí o mundo não era mais o mesmo. O átomo não era a menos partícula da matéria, já era dividido em nêutrons, prótons e elétrons. O mundo entrou na era atômica.
Como é que as Artes Plásticas acompanharam esse avanço tecnológico?
Pois bem, a Ciência é que inventa e descobre coisas, a Política administra e as Artes registram. Os artistas em todas as suas modalidades são pessoas que estão “antenadas” com tudo o que está acontecendo nas atividades de ponta e registrando através de sua arte. E assim as artes em geral acompanhavam e registravam essas evoluções.
Quem poderia imaginar até aí uma música sem ritmo e sem melodia? Sim, a base fundamental da música era o ritmo e a melodia e aí Stravinsky nos mostrou “Sagração da Primavera”, uma música sem um ritmo dominante e sem uma linha melódica tradicional e cheia de dissonâncias. Causou um espanto no público e na crítica que, aos poucos, foram assimilados os novos padrões.
Picasso quando mostrou “Mulheres d’Avignon”, o mundo ficou de início assustado, porém os mais evoluídos perceberam que ali estava a nova Arte. Onde o artista tinha total liberdade para criar. Não tinha nenhum compromisso com a realidade. O objeto ou o modelo, na pintura, não tinha nenhuma importância. Ele era “destruído” para ser interpretado em parte ou no todo em sua composição, sem compromisso com a realidade. A partir daí o importante era composição e não o modelo. O tema é um mero pretexto de expressão.
O artista não estava mais preso ao “visual”, à realidade. O artista fazia o que queria, do jeito que queria e como sabia. Aí muita gente pensou que a arte tinha virado bagunça. Nada disso. O artista fazia o que queria dentro de uma liberdade “vigiada”. Apesar de tudo, a obra tinha que ter composição, equilíbrio, estética, linguagem universal, estilo pessoal e acima de tudo COMUNICAÇÃO. As vezes pode ter tudo isso e não ser uma grande obra e as vezes apenas um desses elementos poderá definir uma obra prima.
Todas as evoluções surgidas no início do século XX na pintura, tanto na composição formal, tonal ou cromática, estilizaram ou deformaram o modelo, porém ainda tudo em cima da narrativa figurativa. Até que em 1910 surgiu Vassily Kandinsky, que mostrou que não precisava mais da figura, da ilustração, para se fazer um quadro. A COR era mais do que suficiente para comunicar, e assim surgiu a ABSTRAÇÃO.

ALGUNS FATOS DA RUPTURA NA TRANSIÇÃO
fatos que marcaram a transição do século XIX para o século XX: a chamada RUPTURA NA TRANSIÇÃO

1900 – Freud publica o livro “Interpretações dos sonhos”.
1901 – Guglielmo Marconi inventa o rádio.
1902 – Debussy mostra “Pelléas El Milisande”.
Eurico Caruso faz a primeira gravação de uma música.
1903 – Primeira viagem de carro de San Franscisco a New York – levou 52 dias.
1905 – Movimento Expressionista Alemão – Grupo Die Brucke.
Movimento Fauvista (França) – Salão de Outono.
1906 – Santos Dumont voa sobre paris no avião 14 Bis.
1907 – Picasso mostra “Les Demoiselles d’Avignon”. Surge o CUBISMO.
Primeiras fotos coloridas.
1910 – Kandisnsky apresenta sua primeira aquarela abstrata.
1913 – Strawisnky apresenta “Sagração da Primavera”.
Duchamp apresenta a roda de bicicleta e o mictório.
Mondrian apresenta suas primeiras “Composições”.
1914 – Primeira Guerra Mundial.
1915 – Albert Einstein – Teoria da Relatividade.
Movimento Dada (Dadaismo).
Kafka – “A Metamorfose”.
1918 – Fim da Primeira Guerra Mundial.
1919 – Gropius funda a Bauhaus.
1922 – James Joyce – “Ulisses”.
1926 – A televisão é inventada.
1928 – Alexandre Fleming descobre a penicilina

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